Petrobrás empurra trabalhadores da LCD para a Justiça e FNP cobra solução para crise das empresas terceirizadas

Gatas fazendo farra

Federação Nacional dos Petroleiros lamenta posição da empresa que, após garantir salários atrasados, se recusa a pagar diretamente as verbas rescisórias, deixando mais de 2 mil famílias à própria sorte

A crise envolvendo a empresa LCD, prestadora de serviços no Sistema Petrobrás, trouxe à tona novamente a fragilidade dos contratos que regem a terceirização na companhia. 

Depois de acertar o pagamento dos salários atrasados no mês passado, a Petrobrás decidiu não assumir a mesma postura em relação às verbas rescisórias, obrigando os trabalhadores a recorrerem à Justiça para receber seus devidos direitos.

A decisão é duramente criticada pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que alerta para o impacto dessa postura desatenciosa aos trabalhadores contratados, contrariando o lema da atual gestão — “atenção total às pessoas” 

“Estamos falando de mais de 2 mil pais e mães de família que, agora, estão à mercê da lentidão da Justiça brasileira. O que está em jogo aqui é o básico: garantir que quem trabalhou receba”, afirmou o diretor da FNP, Fábio Mello.

Segundo ele, a Petrobrás ignora inclusive cláusulas já pactuadas em minutas contratuais que permitem à companhia efetuar o pagamento diretamente aos trabalhadores em situações como essa. 

“Não basta assinar uma minuta de proteção e depois não ter coragem de aplicar. Se a cláusula existe e a Petrobrás pode pagar, por que não executa? Isso só agrava a crise e mancha o nome da empresa”, completou Mello.

A FNP e seus sindicatos filiados destacam ainda que o caso da LCD não é isolado. Apenas em 2025, ao menos 17 empresas terceirizadas deram calote em seus trabalhadores dentro do Sistema Petrobras, deixando um rastro de dívidas trabalhistas e famílias desamparadas.

Para a Federação Nacional dos Petroleiros, essa postura da empresa ao se eximir de responsabilidade e empurrar o problema para a Justiça é inaceitável.

“Lamentamos profundamente a decisão da Petrobrás. Vamos seguir cobrando e lutando para que a companhia fortaleça o sistema de proteção aos trabalhadores terceirizados e ponha fim, de uma vez por todas, a essas situações recorrentes”, conclui Mello.