Próxima semana terá negociações
Na noite desta quinta-feira (11), a categoria petroleira aprovou, por ampla maioria, em assembleia realizada na sede e na subsede do Sindicato, além de deliberações nas portas das unidades, nas plataformas e no aeroporto de Jacarepaguá, os seguintes pontos relacionados à nossa campanha salarial de 2025:
Assembleia permanente;
Paralisações;
Estado de Greve;
Ratificação da pauta do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da FNP, construída pela categoria neste ano.
Até o momento, a gestão da Petrobrás apresentou apenas uma primeira proposta, considerada insuficiente e já rejeitada pela FNP. A empresa limitou-se a oferecer a reposição do IPCA, sem aumento real, e ainda incluiu pontos que restringem direitos, como cláusulas voltadas para reduzir ações trabalhistas, além de sugerir reajuste elevado no plano de saúde, acima de 17%. Também propôs vigência de dois anos para o ACT, quando a estratégia da FNP é de, no máximo, um ano.
A pauta da categoria, entregue ainda em julho, reivindica ganho real de 4,67%, melhorias em direitos sociais, saúde, igualdade de gênero, além de avanços no Plano de Cargos e Salários (PCS). O documento também inclui a defesa de aposentados e aposentadas, que sofrem perdas históricas em relação à ativa, e cobra da empresa medidas para corrigir distorções e injustiças, inclusive no debate sobre a Petros.
A assembleia reforçou a importância de manter uma estratégia política clara para este ACT. Foi lembrado que, em 2019, no início do governo Bolsonaro, a categoria enfrentou o pior acordo coletivo da sua história justamente porque aceitou negociar em um cenário desfavorável. Por isso, a orientação agora é firmar um acordo de apenas um ano, evitando que em 2026 — ano eleitoral — a categoria fique amarrada a cláusulas que fragilizem sua capacidade de pressão.
A assembleia também apontou a necessidade de unidade entre ativos, aposentados e pensionistas. Só com a categoria organizada e mobilizada em torno de uma pauta comum será possível enfrentar a política de restrição de direitos e arrancar avanços reais.
O chamado final foi claro: este é o momento de intensificar as paralisações, garantir a participação de todos os setores e colocar a Petrobrás contra a parede até que respeite as reivindicações apresentadas.
A atual postura da Petrobrás tem sido de enrolação, com justificativas frágeis para propostas rebaixadas. Contudo, os números oficiais mostram outra realidade: a companhia registrou lucro líquido de US$ 10,7 bilhões no primeiro semestre de 2025, um crescimento de 140% em relação ao mesmo período de 2024 (US$ 4,5 bi). Esse resultado colocou a Petrobrás em 3º lugar no ranking mundial de petroleiras — a melhor colocação desde 2020, quando alcançou a 2ª posição.
Esse desempenho foi impulsionado pelo aumento expressivo da produção de petróleo e gás, que compensou a queda de 15% no preço internacional do barril de Brent. A própria empresa admitiu que seu limite de endividamento é de US$ 75 bilhões, valor ainda não atingido, mesmo com o crescimento da dívida.
Ou seja: os resultados só foram possíveis graças ao esforço das trabalhadoras e trabalhadores de todo o Sistema Petrobrás. O Sindipetro-LP e a FNP reforçam que a empresa tenta manipular o discurso do lucro, do fluxo de caixa e da dívida como forma de restringir avanços no ACT, mas os números provam o contrário.
Por isso, a categoria aprovou o estado de greve, intensificar as paralisações e assembleia em caráter contínuo, além de ratificar a pauta apresentada pela FNP. O recado é claro: não aceitaremos retrocessos.
Agora seguimos para as reuniões da próxima semana, dando continuidade às negociações em mesa, com o objetivo de conquistar uma proposta que contemple, de fato, a pauta apresentada pela FNP.
