Enrolação
A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) encara o comunicado publicado pela Petrobrás nesta quarta-feira (24/09) como uma tentativa da empresa em tentar passar a falsa impressão de que as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) estão progredindo.
Se, por um lado, a verdade é que a empresa não comentou, contrapôs ou apresentou alternativas aos pontos da pauta da FNP, como por nós requisitado, por outro lado afirma, nesta nota, que “reforçaram a proposta da Petrobrás”, apesar de esta ter sido rejeitada e as reuniões agendadas a posteriori.
Ou seja, uma nota que desinforma e enrola a categoria.
A verdade é outra
Desde a recusa da primeira contraproposta rebaixadíssima da companhia, no dia 02/09, não houve qualquer nova proposta sobre qualquer item apresentado pelos trabalhadores, exceto algumas negativas genéricas e sem grandes justificativas.
O calendário que a Petrobrás chama de “reuniões de trabalho” foi interrompido porque a empresa assumiu que não tinha nada a apresentar na primeira, nem nas reuniões seguintes já agendadas.
Trata-se de uma manobra para ganhar tempo e enrolar os trabalhadores, evitando a reabertura real do processo negocial.
A reunião marcada para esta quinta-feira (25/09), por exemplo, ocorre em meio à grave sequência de acidentes no Sistema Petrobras e à morte do trabalhador Rodrigo Reis, na Coreia do Sul. Evidentemente, temas que exigem respostas urgentes da empresa sobre segurança e condições de trabalho.
Ainda assim, a FNP voltará a cobrar, de forma objetiva, respostas para os itens de SMS que constam em nossa pauta.
O comunicado da empresa também não é fiel à realidade das “tratativas com as duas federações”, tentando igualar posições que, na prática, são completamente distintas.
A FNP protocolou a proposta construída em suas bases no dia 22 de julho e realizou todos os esclarecimentos solicitados pela companhia em agosto. Já estamos no final de setembro e o que ocorre são reuniões de apresentação da pauta pela outra federação.
Enquanto a Petrobras publica notas autoelogiosas sobre um suposto “diálogo” e uma “agenda intensa”, a realidade é que a empresa não negociou nada até agora.
Não aceitaremos enrolação, é hora de avançar em nossos direitos e recuperar perdas de remuneração .
É hora de fortalecer a unidade e a mobilização nas bases para conquistar um Acordo Coletivo de Trabalho digno, que respeite os esforços e a vida de quem constrói todos os dias essa empresa.
TODOS ÀS MOBILIZAÇÕES DO DIA 03 DE OUTUBRO!
À LUTA, COMPANHEIROS E COMPANHEIRAS!!
Fonte: FNP