Petroleiros cobram Petrobrás por segurança na Transpetro e fortalecimento da carreira de ISC

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Nesta sexta-feira (26), o Sindipetro-LP e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) se reuniram com o RH da Petrobrás para tratar de temas centrais ligados à segurança corporativa e aos direitos dos trabalhadores. O foco principal do encontro foi a situação preocupante da segurança nas subsidiárias, especialmente na Transpetro, e a necessidade urgente de valorização da carreira dos Inspetores de Segurança.

O Sindipetro-LP e a FNP apresentaram denúncia sobre a fragilidade da segurança nos terminais da Transpetro, onde a vigilância está majoritariamente nas mãos de prestadores de serviços. Como exemplo, foi citado o caso ocorrido na Refit/Manguinhos, onde toda a equipe de segurança patrimonial contratada foi substituída por suposto envolvimento em atividades ilícitas. Os representantes sindicais defenderam a necessidade de ação direta da ISC da Petrobrás, lembrando que, mesmo se tratando de uma subsidiária, é a imagem da holding que fica exposta e vulnerável, o que reforça a importância da interação entre a inteligência da Petrobrás e a Transpetro.

Outro ponto central da reunião foi a luta pela valorização da carreira de Inspetor de Segurança. A FNP manifestou a frustração da categoria, que assume cada vez mais responsabilidades sem o devido reconhecimento. A entidade também demonstrou preocupação com a terceirização das atividades de inteligência do Sistema e com a ausência de definição de um efetivo mínimo, alertando para o risco de novas reduções no quadro próprio sob a justificativa de que a vigilância já é feita por contratados — um precedente perigoso que pode levar à precarização do setor.

A empresa respondeu que está avaliando o dimensionamento ideal do efetivo próprio e afirmou que uma recente reorganização da carreira de inspetor a tornou mais atrativa. Informou ainda que há expectativa de abertura de novos concursos e migrações internas para reforçar o quadro, que já recebeu mais de 20 profissionais em 2025 e deve ser ampliado até o final do ano.

Questões sobre mudanças de regime de trabalho e as perdas financeiras impostas aos trabalhadores do Projeto Oiapoque também foram discutidas. A FNP classificou como indevida a alteração de regime, que gera prejuízos aos empregados. A Petrobrás se comprometeu a aprofundar a análise jurídica do caso e retornar com uma posição em breve.

A reunião foi encerrada com o compromisso de dar seguimento às pautas. Contudo, a FNP e o Sindipetro-LP reforçam: o setor de inteligência da maior empresa do país não pode ser delegado e a valorização de seus trabalhadores é inegociável.