Petroleiros do litoral paulista realizam atos em defesa do ACT

72 anos de Petrobrás:

No dia 03 de outubro, as bases petroleiras de todo o país amanheceram mobilizadas em defesa de um Acordo Coletivo de Trabalho digno e por melhores condições de vida e trabalho. O dia nacional de luta, organizado pela FNP e pela FUP, marcou os 72 anos da Petrobrás.

No Litoral Paulista, trabalhadoras e trabalhadores da UTE-EZR, RPBC e Pilões (em Cubatão), do Terminal da Alemoa (em Santos), da UTGCA (em Caraguatatuba), do Tebar (em São Sebastião), das plataformas PMXL, P-66 e P-69 e do Edisa Valongo (em Santos) se uniram ao movimento.

Sob a falácia de “corte de gastos”, a atual postura da gestão da Petrobrás tem sido de enrolação, com justificativas frágeis para propostas rebaixadas e poucos avanços. Contudo, os números oficiais mostram outra realidade: a companhia registrou lucro líquido de US$ 10,7 bilhões no primeiro semestre de 2025, um crescimento de 140% em relação ao mesmo período de 2024 (US$ 4,5 bi). Esse resultado colocou a Petrobrás em 3º lugar no ranking mundial de petroleiras — a melhor colocação desde 2020, quando alcançou a 2ª posição.

Ao longo do dia, a categoria mostrou disposição para enfrentar os ataques da gestão da Petrobrás e reforçou a pauta de reivindicações, que inclui reposição das perdas salariais, valorização da força de trabalho, recomposição de efetivo, melhores condições de trabalho, fim do banco de horas nas áreas operacionais e um ACT de um ano, capaz de resguardar direitos diante das incertezas do próximo período.

Durante as manifestações, o Sindipetro-LP também destacou o compromisso com a saúde e segurança, lembrando que o combate à exposição ao benzeno segue como prioridade. A retomada da Comissão Nacional do Benzeno, a defesa do VRT (Valor de Referência Tecnológico) e a exigência de PPPs e ASOs corretos nas unidades da RPBC, UTGCA, Alemoa, Pilões e TEBAR foram apontados como conquistas que só avançam com mobilização e pressão coletiva.

As mobilizações também ecoaram nas demais bases da FNP. No Rio de Janeiro, o Sindipetro-RJ promoveu uma agenda intensa desde as primeiras horas da manhã, com atos no TABG, CENPES e na sede da Transpetro, culminando em um grande ato unificado em frente ao Edisen. Já em Alagoas e Sergipe, a categoria se concentrou no Ediser, enquanto no Pará o Sindipetro Amazônia convocou um ato na sede histórica do sindicato, em Belém.

Além das reivindicações por direitos e aumento real, o Sindipetro-LP expressou solidariedade internacional diante da ofensiva de Israel contra Gaza e da apreensão da flotilha humanitária que levava ajuda à região, com brasileiros entre os detidos. A luta por um ACT digno e pela vida segura no trabalho se somou à luta pela paz e contra o genocídio do povo palestino.

As mobilizações se estenderam durante todo o dia com um mesmo grito ecoando nas bases: por um ACT justo, por condições dignas de trabalho e pela paz em Gaza!