Lentidão
O Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista está acompanhando de perto as condições de trabalho das unidades offshore e nas UMSs que operam na Bacia de Santos. Atualmente, estão em atividade o UMPA, o UMCP e o UMAR, este último permanecendo há cerca de nove meses na plataforma de Mexilhão.
Nos últimos dias, trabalhadores embarcados denunciaram ao Sindicato que a empresa não está fornecendo internet ao UMAR conforme determina a NR-37, que trata das condições de segurança, saúde e conforto em plataformas de petróleo.
O acesso estava sendo limitado a apenas 1 giga por dia, mas após reclamações dos trabalhadores essa restrição foi removida. No entanto, a velocidade da conexão permanece extremamente baixa, impossibilitando o uso adequado do serviço. Segundo os relatos, a internet está tão lenta que é praticamente impossível utilizar redes sociais, assistir a vídeos no YouTube ou acessar plataformas de streaming, o que compromete o direito de comunicação dos trabalhadores com suas famílias durante o período embarcado.
A Diretoria do Sindipetro-LP explicou à empresa que a NR-37 estabelece a obrigação de fornecer internet de alta velocidade e sem restrições de tempo ou volume de dados. Essa conexão é um direito dos trabalhadores offshore, tanto para fins de lazer quanto para o exercício pleno da cidadania — inclusive para acesso a informações, estudos e comunicação pessoal.
O texto da norma é claro sobre esse ponto. No item 37.11.7, consta que:
“A plataforma deve dispor de acesso à internet de alta velocidade para uso dos trabalhadores embarcados, respeitadas as restrições técnicas de segurança operacional e cibernética, de forma a possibilitar comunicação adequada com o meio externo.”
Não é admissível que uma unidade como o UMAR tenha uma internet tão precária, enquanto a UMCP e o UMPA, mesmo desacoplados, conseguem manter uma conexão de qualidade. Essa diferença mostra que o problema não é técnico, e sim de gestão, prioridade e economia de dados.
O Sindipetro-LP orienta os trabalhadores a registrarem prints diários da velocidade da conexão durante o embarque e encaminharem os dados ao Sindicato. O material servirá de base para novas cobranças junto à empresa e, se necessário, para denúncia formal ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
Além dessas medidas, é importante que todos relatem o problema também nos canais internos da empresa — como a pesquisa de satisfação, o REX e a caixa da CIPA. Quanto mais pessoas registrarem as reclamações nesses espaços, maior será a efetividade da denúncia e a pressão para que a empresa cumpra o que determina a NR-37.
É uma mesquinharia cortar custos em algo tão essencial. O acesso à comunicação é fundamental para o bem-estar mental e social de quem passa semanas longe da família. A NR-37 é clara: a empresa tem o dever de garantir condições dignas a bordo — e o Sindipetro-LP vai cobrar isso até o fim.
