Geplat da P-69 apaga ajustes, impõe jornadas irregulares e afronta direitos em meio ao caos aéreo

Mais ataques

Em meio ao caos aéreo que tem prejudicado as trocas de turma nas plataformas da Petrobrás, trabalhadores da P-69 denunciam que o Geplat da unidade está alterando as escalas e apagando os ajustes de hora, impondo jornadas conforme sua própria vontade.

Segundo os relatos, a empresa tenta aplicar um deslocamento de escala sem qualquer acordo prévio, desrespeitando o regime fixo de embarque e os horários de trabalho estabelecidos. Um exemplo disso é a situação dos voos fixos, que normalmente decolam às 7h20, com início de turno às 10h e término às 20h. Quando há atraso no voo, a empresa tem tentado começar a contagem da jornada apenas a partir do horário de chegada — e não do previsto em escala —, empurrando a contagem das 12 horas para frente e, consequentemente, reduzindo o tempo de descanso dos trabalhadores.

A situação se agrava porque, ao longo dos anos, sempre foi garantido o pagamento das horas extras resultantes dessa distorção. Agora, o Geplat da P-69 passou a se negar a pagar o período adicional, alegando que só serão remuneradas as horas efetivamente trabalhadas além das 12 horas de jornada — algo que nunca foi praticado nas demais unidades. Um verdadeiro show de horrores!

O gestor demonstra uma grande contradição ao ignorar o próprio padrão criado pela empresa, o Padrão PP-1PBR-00516. Esse padrão define com clareza as diretrizes sobre frequência, jornada de trabalho e pagamento de horas extras, incluindo aquelas realizadas fora da tabela, durante paradas de manutenção ou outras atividades operacionais. O que estamos exigindo não é nada além do cumprimento do que a própria empresa estabeleceu como regra. Portanto, é incoerente que a gestão tente desconsiderar um procedimento que ela mesma instituiu, colocando em dúvida seu compromisso com a transparência e o respeito aos direitos dos trabalhadores.

Trata-se de um problema pontual e uma clara retaliação aos petroleiros que aderiram à mobilização de outubro, quando houve paralisações e protestos em defesa dos direitos da categoria. Ao apagar os ajustes e negar as horas extras, o chefete tenta coagir os trabalhadores e enfraquecer a organização coletiva.

Além desse ataque, os embarcados também ainda têm que lidar com a pressão para reduzir o tempo de descanso entre jornadas — o chamado interstício — de 11 para 9 horas, afrontando normas de segurança e saúde.

O Sindipetro-LP está acompanhando de perto o caso e exige que esse tipo de assédio e ataque aos trabalhadores seja imediatamente encerrado. O Sindicato vai acionar o RH da Petrobrás e reafirma que não se intimidará em promover nova mobilização — desta vez, dentro da própria unidade — se a situação persistir.