Déficit de trabalhadores
A direção do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista e os dirigentes da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) estiveram reunidos no último dia 5 de novembro com o RH da Petrobrás para tratar do novo Programa de Desligamento Voluntário (PDV), anunciado pela companhia no dia 3 de novembro.
Durante a reunião, os dirigentes reafirmaram a necessidade urgente de reposição do efetivo nas unidades do Sistema Petrobrás, uma reivindicação constante da categoria. O Sindipetro-LP destacou que há um déficit expressivo de trabalhadores, o que tem levado a situações de sobrecarga e risco operacional. No Litoral Paulista, inclusive, já foram realizadas mobilizações em algumas unidades justamente para cobrar a recomposição de efetivo.
A FNP cobrou a prorrogação do concurso público 23.2, que vence em dezembro, após 18 meses de validade. A empresa deveria anunciar a prorrogação imediatamente, garantindo tranquilidade aos candidatos que aguardam convocação no cadastro reserva.
Prorrogar o concurso não significa contratar, mas é um gesto de respeito e esperança para quem está esperando por uma oportunidade. A Petrobrás já prorrogou praticamente todos os concursos anteriores, e não há motivo para não fazer o mesmo agora.
O RH apresentou dados sobre o novo PDV, que será voltado para empregados aposentados até 2019. Desde então, o efetivo da empresa aumentou em 4,5 mil trabalhadores, mas 1,3 mil deixaram a companhia, resultando em 5,8 mil novas entradas desde 2019. Ainda assim, o número é insuficiente diante do envelhecimento da força de trabalho e da crescente demanda operacional.
O público-alvo do programa, dentro dos dados mais significativos, tem média de 62 anos, com 264 operadores, 63 profissionais de manutenção e 100 engenheiros, segundo dados apresentados. As inscrições para o PDV ocorrerão até 6 de dezembro de 2026, com saídas previstas de março a dezembro de 2026.
A FNP também destacou o vazamento de informações sobre o PDV, publicado na imprensa antes de qualquer comunicação oficial aos trabalhadores e às federações. O episódio, que gerou grande insatisfação, está sendo investigado internamente.
O Sindipetro-LP e a FNP reiteraram ainda o pedido de reunião com a presidente da Petrobrás, Magda Chambriard, que, tem virado as costas aos trabalhadores enquanto acena para os acionistas. O Sindipetro cobrou que o alto escalão abra diálogo efetivo com as federações petroleiras, especialmente diante de temas sensíveis como desligamentos, concursos e segurança nas unidades operacionais.
A FNP formalizou em mesa o pedido de prorrogação do concurso público e de recomposição do efetivo, ressaltando que os trabalhadores são quem produzem a riqueza da Petrobrás e do país, e que não aceitarão políticas que fragilizem a força de trabalho.
A empresa tem recursos, faz altos investimentos e distribui dividendos recordes aos acionistas, mas insiste em cortar direitos e reduzir quadros. Não aceitaremos pagar essa conta!
