Denúncia
O Sindipetro-LP recebeu mais uma denúncia que escancara o descaso da gestão com as condições básicas de trabalho a bordo da P-70. O camarote 502 — já conhecido entre os trabalhadores como “gelinho” — segue oferecendo exatamente o oposto do que qualquer pessoa tem direito após um dia inteiro de trabalho: nenhum conforto, banho gelado e um ar-condicionado congelante, cuja temperatura não pode sequer ser ajustada.
Não estamos falando de luxo. Estamos falando do mínimo. Depois de horas de atividade intensa, muitas vezes em ambientes hostis e de alto risco, o trabalhador precisa ter banho quente e um local adequado para descansar. Se nem isso está sendo garantido, o que esperar das questões mais complexas de segurança, manutenção e operação?
Segundo os relatos, o camarote 502 costuma ser destinado majoritariamente a petroleiros contratados — profissionais que, inclusive, já deveriam estar com suas escalas aprovadas pelo Congresso para o regime 14x21.
A denúncia foi formalizada na CIPLAT no dia 5 de outubro, e, conforme informado pelo comando, o defeito no chuveiro foi identificado e o reparo seria concluído até 30 de outubro. No entanto, a realidade mostrou outra coisa: o suposto conserto não resolveu absolutamente nada.
Na última reunião da CIPA, chegou a ser informado que o chuveiro já estava funcionando normalmente. Mas agora, com novos relatos, fica claro que o problema persiste e que o retorno dado na reunião não condiz com o que os trabalhadores seguem enfrentando.
A próxima reunião da CIPA está marcada para o dia 8, e a cobrança será reforçada. Mas é inadmissível que um problema tão simples, tão conhecido e tão antigo permaneça sem solução. Se a empresa não consegue resolver nem o básico, como confiar que esteja cumprindo com o que realmente importa em termos de segurança e saúde?
A situação é um verdadeiro esculacho, tanto com os trabalhadores quanto com a própria CIPA, que é comunicada de resoluções que não se cumprem na prática.
O Sindipetro-LP seguirá acompanhando, cobrando providências e garantindo que essa situação deixe de ser empurrada com a barriga.
Porque trabalhador não é “gelinho” — e respeito, dignidade e condições adequadas de descanso não são opcionais.
