Glauber ficou!
Por decisão do plenário da Câmara dos Deputados, na quarta-feira (10), o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) não perdeu o mandato e recebeu como punição apenas a suspensão de suas atividades parlamentares por seis meses. O resultado é celebrado como uma vitória do próprio deputado e da classe trabalhadora, que reconhece em Glauber uma das vozes mais firmes na defesa dos direitos sociais e do patrimônio público.
Glauber foi um dos principais parlamentares a denunciar o desmonte da Petrobrás, enfrentar as privatizações, defender trabalhadores em momentos de ataque, combater a entrega das refinarias, lutar pela soberania energética e apoiar greves ao lado da categoria. Sua coerência política — que nunca se dobra aos interesses daqueles que controlam a Câmara ou de grupos econômicos que lucram com o desmonte — é justamente o que o transformou em alvo.
O Sindipetro-Litoral Paulista sempre esteve ao lado de Glauber Braga. Desde o início, repudiamos o processo de cassação, um ataque político que buscava silenciar uma voz incômoda ao poder e profundamente comprometida com o povo brasileiro.
Dois pesos e duas medidas — sempre contra parlamentares de esquerda
A perseguição contra Glauber decorreu de um episódio menor: a acusação de ter empurrado um integrante do MBL em 2024, algo que pelo próprio regimento da Câmara seria passível apenas de advertência. Glauber denuncia que todo o processo foi uma vingança articulada por Arthur Lira após suas denúncias contra o Orçamento Secreto. Segundo o regimento, o caso caberia censura — jamais cassação.
Enquanto isso, outros parlamentares envolvidos em crimes graves chegam ao plenário por determinação do STF, mas sem a mesma fúria punitiva:
• Carla Zambelli (PL-SP) — condenada a 10 anos de prisão, multa e perda do mandato por invadir sistemas do CNJ em uma trama golpista digital. Fugiu para a Itália, foi presa e aguarda extradição.
• Alexandre Ramagem (PL-RJ) — condenado a 16 anos por montar um esquema ilegal de espionagem e participar da trama golpista. Está foragido nos EUA, mesmo proibido de deixar o Brasil. Ultrapassou 120 dias de faltas — o suficiente para cassação imediata.
• Eduardo Bolsonaro (PL-SP) — abandonou o mandato, mudou-se para os EUA após pedir licença, e excedeu o limite constitucional de faltas não justificadas. Sua cassação depende apenas de formalidade regimental.
Esse descompasso revela o que Glauber expôs no plenário diante de Arthur Lira — uma frase que segue ecoando porque traduz com clareza o que está em disputa no Brasil:
“Senhor Arthur Lira, o senhor não tem vergonha?”
“Lamentável não é a minha indignação. Lamentável é o senhor usar o cargo de presidente da Câmara para entregar patrimônio brasileiro fingindo que está fazendo um bem para o povo.”
Glauber expressou o sentimento de milhões de trabalhadores, trabalhadoras e defensores da Petrobrás que assistem ao patrimônio nacional ser entregue a interesses privados.
E é justamente por dizer a verdade onde ela mais incomoda que tentam calá-lo. Quem ataca Glauber ataca também a defesa da Petrobrás, dos serviços públicos e da soberania do povo brasileiro.
A manobra, a votação e o racha na direita
O plenário aprovou a suspensão de 6 meses por 318 votos a 141. Inicialmente, seria votada a cassação, mas o PSOL apresentou um destaque para que a suspensão fosse analisada antes.
A aprovação apertada desse destaque — 226 votos a favor e 220 contra — acendeu um alerta na direita: não havia os 257 votos necessários para cassar o mandato de Glauber. Sem essa maioria, o processo seria arquivado ou devolvido ao Conselho de Ética, e Glauber sairia fortalecido, sem punição alguma.
Diante disso, parte da direita e do Centrão mudou de estratégia e passou a apoiar a suspensão, garantindo ao menos algum tipo de penalidade. Essa manobra gerou um racha interno especialmente no PL.
Sete deputados do PL votaram a favor do acordo que evitou a cassação:
• Altineu Côrtes (RJ)
• Bibo Nunes (RS)
• Fernando Rodolfo (PE)
• Helio Lopes (RJ)
• Ícaro Valmir (SE)
• João Carlos Bacelar (BA)
• Pastor Gil (MA)
O racha foi imediato. O deputado Bibo Nunes, que justificou seu voto afirmando que a cassação não teria votos suficientes, foi destituído do cargo de vice-líder do PL assim que o resultado saiu, aprofundando a crise interna no partido.
A divisão expôs a fragilidade da ofensiva contra Glauber e mostrou que a tentativa de cassação era mais política do que jurídica — e que até setores da direita perceberam que insistir nela resultaria em uma derrota ainda maior.
Defender Glauber é defender a Petrobrás e a democracia
A tentativa de cassação foi, na prática, uma manobra para silenciar quem denuncia abusos de poder e enfrenta estruturas que servem ao Centrão — não ao povo. A vitória de Glauber é também uma vitória de todos que defendem a Petrobrás pública, os serviços essenciais e a soberania nacional.
O Sindipetro-Litoral Paulista reafirma seu apoio total e irrestrito ao deputado Glauber Braga.
Defender Glauber é defender a Petrobrás, a democracia e o direito do povo de ser representado por quem realmente luta por ele — e não por quem se vende ao poder.
