Greve dos petroleiros segue forte no LP e avança em panorama nacional nas bases da FNP e FUP

Mais ACT!

A greve nacional dos petroleiros e petroleiras, organizada pelos Sindipetros da FNP e da FUP, teve início à 0h desta segunda-feira, 15 de dezembro, por tempo indeterminado. O movimento é uma resposta à falta de avanços nas negociações do ACT e à proposta considerada insuficiente e provocativa apresentada pela gestão da Petrobrás. A paralisação ocorre de maneira articulada em todo o país, atingindo refinarias, terminais, unidades de gás, prédios administrativos e plataformas offshore.

No Litoral Paulista, a mobilização começou com impacto imediato e participação expressiva em todas as bases. Na UTGCA, em Caraguatatuba, houve paralisação completa da operação, com entrega das atividades às equipes de contingência. No setor administrativo, a participação foi parcial. No Tebar, em São Sebastião, a operação também teve adesão integral, com entrega à contingência, enquanto o administrativo registrou participação significativa, porém não integral.

Na Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC), a operação registrou adesão total à greve. O Grupo 3 deixou a unidade por meio de Habeas Corpus (HC), e no setor administrativo houve participação parcial. Todas as portarias amanheceram fechadas, com piquetes organizados e presença permanente do Sindipetro-LP, garantindo o direito de adesão de trabalhadores e trabalhadoras próprios. Ao longo do dia, a operação foi repassada às equipes de contingência em áreas estratégicas, como utilidades, unidades de conversão, destilação, unidades de refino, Centrais de Controle Integrado (CCI), áreas de apoio operacional e setores ligados à cadeia de produção e energia.

Na Alemoa, a operação teve paralisação integral, com entrega à contingência, enquanto a adesão no administrativo foi não integral. A paralisação geral tem se mostrado mais efetiva em dias pares. Em Pilões, a operação também apresentou adesão completa à greve, com entrega à contingência. No setor administrativo, houve participação parcial, com indicativo de que parte do efetivo pode estar em regime de home office.

No offshore do Litoral Paulista, praticamente todas as plataformas aderiram à greve e formalizaram o termo de adesão, com exceção de Merluza. As UMS com passarela vermelha participaram do movimento, e há indicativo de que trabalhadores e trabalhadoras de TST precisarão, provavelmente, recorrer a HC. O sindicato reforça a orientação para que não sejam atendidos chamados da empresa durante o período de greve, uma vez que o contrato de trabalho está suspenso.

Na Edisa, em Santos, a mobilização começou com trancaço que durou todo o dia, incluindo trabalhadores contratados. A participação entre os que compareceram presencialmente foi expressiva, porém não total, com possibilidade de haver número significativo de trabalhadores em home office. As equipes de SCR também aderiram ao movimento e entregaram as salas de controle.

Panorama nacional: adesão cresce no offshore, terminais e bases administrativas
No cenário nacional, a greve segue avançando com força nas bases da FNP e da FUP, ampliando seus impactos no offshore, em terminais, unidades operacionais e prédios administrativos. No Rio de Janeiro, o movimento foi marcado por forte mobilização no offshore, com adesão maciça nas plataformas do pré-sal. Mais de 200 pedidos de desembarque foram registrados, com trabalhadores e trabalhadoras entregando seus postos e integrando a greve nos aeroportos de Maricá e Jacarepaguá.

Nos terminais da Transpetro e no sistema de pesquisa, houve interrupções na rendição e atrasos operacionais no Terminal Aquaviário da Baía de Guanabara (TABG), no Terminal de Japeri (TEJAP), no Terminal de Volta Redonda (TEVOL) e no Terminal da Baía da Ilha Grande (TEBIG), em Angra dos Reis, além de participação no CNCL e na operação do CENPES.

No Complexo Boaventura, em Itaboraí, uma fila quilométrica de ônibus simbolizou a quebra da rotina operacional. Trabalhadores e trabalhadoras próprios e terceirizados garantiram o êxito do movimento, superando tentativas de divisão da categoria e episódios de repressão policial.

Na PBio, houve adesão integral nas usinas de Candeias (BA) e Montes Claros (MG). Na sede, no Rio de Janeiro, a participação foi parcial. Nos prédios administrativos, a adesão segue não integral, mas com tendência de ampliação diante do fortalecimento da greve nacional.

No Rio de Janeiro, além da greve nas unidades, segue firme a vigília em frente ao Edifício Senado (Edisen), no Centro da capital, iniciada na quinta-feira, 11 de dezembro. Petroleiros e petroleiras, majoritariamente aposentados e pensionistas, mantêm o acampamento com a cobrança central pelo fim definitivo dos Planos de Equacionamento de Déficits (PEDs) da Petros.

Na região Norte, o movimento ganha dimensão estratégica. Na Província Petrolífera de Urucu (AM), trabalhadores e trabalhadoras da operação e da manutenção desembarcaram em Manaus e transferiram o turno às equipes de contingência. A greve se amplia nesta terça-feira (16), com o início das paralisações nos terminais da Transpetro em Belém (PA) e São Luís (MA).

No Nordeste, o Sindipetro Alagoas/Sergipe liderou uma mobilização em frente ao Ediser, em Aracaju, reunindo trabalhadores e trabalhadoras da ativa, aposentados e apoiadores. A vigília e as atividades serão retomadas na manhã desta terça-feira, mantendo a pressão durante todo o dia.

A mobilização segue forte, organizada e sem previsão de encerramento. As entidades sindicais reafirmam disposição para negociar, mas deixam claro: sem uma proposta que respeite e valorize quem constrói diariamente os resultados bilionários do Sistema Petrobrás, não haverá acordo.