A greve nacional cresce e se intensifica: offshore, refinaria e terminais mostram força no 2° dia de mobilização

A luta continua

A greve cresce e se intensifica: offshore e terminais mostram força no 2° dia; gestão Magda tenta intimidar, mas categoria resiste 

Bases da FNP registram aumento da adesão, desembarque massivo nas plataformas e trancaços nas unidades de terra. Movimento responde à repressão na Reduc com unidade na luta

Nesta terça-feira (16/12), o 2° dia da Greve Nacional dos Petroleiros confirmou a tendência de crescimento do movimento. 

Sob o lema “Mais ACT, Menos Acionista”, trabalhadores de todas as bases da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) cruzaram os braços novamente, enfrentando tentativas de assédio moral e violência por parte de gerentes e das forças de segurança.

Confira o balanço detalhado por base:

 SINDIPETRO RIO DE JANEIRO (RJ)
Unidade no mar e em terra contra a intransigência da Petrobras

O Sindipetro-RJ relata um fortalecimento significativo do movimento em todos os setores, com destaque para a paralisação no pré-sal e a resposta política à violência policial do dia anterior.

Offshore: A resposta vem dos ares
A adesão nas plataformas cresce exponencialmente. O destaque do dia foi a P-74, que não registrou nenhum embarque. A logística aérea evidencia o sucesso da greve: helicópteros sobem vazios e retornam lotados de trabalhadores que desembarcam para aderir ao movimento paredista. Houve tentativa de intimidação pela inteligência da empresa após um incidente pela manhã, prontamente respondida com uma reação organizada e pacífica dos grevistas.

Complexo Boaventura (Itaboraí)
A mobilização se consolida com adesão massiva e organização exemplar, mantendo a unidade entre trabalhadores próprios e terceirizados. O sindicato alerta para as tentativas da Petrobras de criminalizar o movimento grevista, reforçando a necessidade de resistência jurídica e política [CLIQUE AQUI E SAIBA MAIS].

Terminais e CENPES
A greve segue sólida nos terminais da Transpetro, um dos pilares da adesão no Rio de Janeiro
CENPES: Mobilização em crescimento.

Transpetro: Atrasos de uma hora na passagem de turno e início de cortes de rendição. No CNCL, todos os grupos realizam atrasos nos cortes e debatem os rumos do movimento.

Administrativo e Aposentados
Nos prédios administrativos (Edihb, Edisen e na sede Transpetro), a adesão segue parcial, mas com atos vigorosos de convencimento. Os aposentados, acampados em vigília na frente do Edisen desde o dia 11/12 para exigir o fim dos equacionamentos na Petros, também se fazem presentes nos atos.

“Pessoal, coloquem a mão na consciência. A Petrobras não está ligando para os seus trabalhadores, ela está ligando para os acionistas. Por isso, cada um que entra aqui no Edisen, não fortalece o movimento dos trabalhadores”, alertou Ana Paula Baião, diretora da FNP.

Desagravo na REDUC
Pela manhã, um ato na porta da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc) repudiou a brutal repressão policial ocorrida no dia 15.“Atenção, Petrobras. Não vai ser na truculência que vocês vão derrotar a nossa greve. Nós vamos para cima, em unidade com a categoria organizada, para fazer a empresa e o governo voltarem à mesa de negociação”, afirmou Eduardo Henrique, Secretário-Geral da FNP. 

SINDIPETRO LITORAL PAULISTA (LP)
Adesão total na operação e denúncias de assédio

No Litoral Paulista, a greve avança com paralisação total das operações em todas as unidades e apoio de movimentos sociais.

Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC)
Adesão integral do turno. O Grupo 5 chegou mobilizado, realizando piquetes e trancaço na entrada do administrativo (que teve adesão parcial). A gestão solicitou 14 trabalhadores para contingência, pedido negado pelo Sindipetro Litoral Paulista, que reafirmou negociar apenas questões de segurança, não de produção.

TEBAR (São Sebastião)
Adesão integral da operação e majoritária no administrativo. O movimento ganhou reforço da Unidade Popular (UP), MLC e Movimento de Mulheres Olga Benário. Para amanhã, está previsto o bloqueio total, incluindo empresas contratadas.

EDISA (Santos)
Portarias fechadas desde às 5h. Trabalhadores terceirizados (manutenção, limpeza, enfermaria) foram dispensados. Piquetes seguem ativos com apoio de movimentos sociais.

Pilões e UTGCA
Pilões: Adesão operacional total (apenas contingência atuando) e plena no administrativo do turno.
UTGCA (Caraguatatuba): Turno paralisado com adesão expressiva, apesar de casos isolados de ‘fura-greve’. Administrativo com adesão parcial.

ALEMOA
Adesão total do turno à greve (parte do efetivo permaneceu em casa). Administrativo mantém adesão parcial.

Offshore e assédio moral
Adesão generalizada nas plataformas (todas assinaram o termo, exceto Merluza, que não produz desde 2020). O Sindipetro Litoral Paulista recebeu denúncias graves de que gestores estão ligando para as casas dos trabalhadores a fim de induzir embarques. Orientação do sindicato: O contrato de trabalho está suspenso. Não atenda chamados da empresa.


SINDIPETRO AMAZÔNIA
Terminal de Belém (PA): Foi realizado um “trancaço” unindo empregados próprios e contratados. A manutenção e o administrativo pararam totalmente. Já a operação funciona em regime mínimo. Alguns gerentes tentaram desmobilizar o piquete, sem sucesso. “A operação está sendo mantida em regime mínimo pelos pelegos que entraram no terminal”, pontuou Tiago Pantoja, diretor do Sindipetro Amazônia.

Província Petrolífera do Urucu (AM): Greve mantida, funcionando com grupo de contingência da empresa.
Transpetro São Luís (MA): Operação padrão.
 

SINDIPETRO ALAGOAS/SERGIPE (AL/SE)
Petrobras esvazia prédios para esconder a greve

O sindicato mantém tendas e vigília permanente em frente ao Ediser (Aracaju/SE), com atos das 07h às 16h. Em uma manobra para desmobilizar o movimento visualmente, a Petrobras determinou home office obrigatório para todos os trabalhadores próprios e diversos terceirizados entre os dias 15 e 19 de dezembro.
 

Fonte: FNP