Greve forte!
Pré-sal parado e embarques travados: greve dos petroleiros atinge patamar histórico no 3º dia
De Búzios a Manaus, categoria barra rendições e esvazia unidades; adesão no offshore é avassaladora.
Nesta quarta-feira (17), o terceiro dia da Greve Nacional dos Petroleiros e Petroleiras do Sistema Petrobras foi marcado por cenas que já entram para a história da categoria.
A mobilização travou a logística da empresa em pontos cruciais, com paralisação quase total em campos estratégicos e bloqueios efetivos nos aeroportos.
Confira os destaques deste dia decisivo:
SINDIPETRO RIO DE JANEIRO (RJ)
“O Pré-Sal parou”: adesão avassaladora no mar
O informe do RJ traz um dado simbólico da força do movimento: três ônibus que saíram do Edihb com destino ao aeroporto chegaram ao local transportando apenas três passageiros.
Búzios e Offshore: A adesão é classificada como um marco histórico. As plataformas do Campo de Búzios estão descendo praticamente a totalidade de seus trabalhadores.
Terminais da Transpetro: A greve também se fortalece em terra no Tebig, no Tejap e no Tevol . Já o destaque é o Terminal Aquaviário da Baía de Guanabara (TABG), onde a operação parou por completo, com forte ato unindo próprios e terceirizados.
CENPES e CNCL: No Cenpes, a mobilização cresce com assembleias de turno e início de negociação de contingência. No CNCL, a operação padrão continua com atrasos nos cortes de rendição.
Complexo de Energias Boaventura (Itaboraí): A unidade entre próprios e terceirizados mantém o movimento sólido, com piquetes de convencimento na entrada da unidade, agora reforçado pelos petroleiros que desembarcaram do offshore. A categoria resiste à judicialização da greve imposta pela Petrobras.
Administrativo: A adesão segue parcial, mas combativa. O destaque vai para as mulheres do ADM, que, repetindo o protagonismo das greves anteriores, têm sido fundamentais nas comissões de convencimento.
Aposentados: Embaixo de sol ou de chuva, a Vigília dos Aposentados pelo fim dos PEDs na Petros, em frente ao Edisen, segue firme desde o dia 11/12, denunciando o descaso da empresa com quem construiu a Petrobras.
SINDIPETRO LITORAL PAULISTA (LP)
Cerco logístico no aeroporto e solidariedade de classe
No Litoral Paulista, a greve avança com forte articulação entre as bases de terra e o suporte ao offshore, além de receber o apoio de outras categorias.
Aeroporto de Jacarepaguá: O clima fechou para a gestão da Petrobras. Somado às condições meteorológicas que cancelaram voos, a adesão foi massiva: apenas dois voos decolaram com gerentes e engenheiros ‘fura-greve’. Quem desembarca vai direto fortalecer a Vigília dos Aposentados no centro do Rio; quem está hospedado em Jacarepaguá reforça os piquetes no aeroporto. O sindicato alerta para denúncias de assédio a bordo e reforça a necessidade de resistência.
Tebar (São Sebastião): Mobilização firme com adesão total da operação e majoritária do administrativo. O dia foi marcado pela solidariedade de classe: trabalhadores dos Correios se somaram ao movimento, e houve debate político organizado com o Movimento Luta de Classes (MLC).
RPBC e UTE-EZR: Adesão total do turno operacional. Um ponto de atenção para a gestão: os trabalhadores terceirizados manifestaram apoio à greve e permanecem em estado de atenção, prontos para paralisar as atividades ao comando do sindicato.
Edisa (Santos): Piquetes de convencimento focaram no corte de rendição do apoio operacional às plataformas. Trabalhadores terceirizados foram liberados.
Pilões, UTGCA e Terminal de Santos: A greve segue com total adesão da operação nessas unidades. Em Pilões, a adesão foi massiva também no administrativo.
SINDIPETRO AMAZÔNIA
Bloqueio total no Urucu/AM e atos no PA e no MA
O dia foi decisivo no Amazonas. A diretoria do Sindipetro Amazônia realizou piquetes desde cedo no check-in da Azul Linhas Aéreas, no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, dialogando com os trabalhadores que seguiriam para a Província Petrolífera de Urucu.
O resultado foi a adesão de quase 100% dos trabalhadores operacionais, que se recusaram a embarcar, impedindo a troca de turno. Apenas ocupantes de cargos de confiança seguiram viagem.
Após a vitória no aeroporto, os grevistas seguiram em marcha para a sede administrativa da Petrobras em Manaus (Edifício Rio Negro), protestando contra a intransigência da empresa.
Terminais da Transpetro no Pará e no Maranhão
Belém (PA): O piquete de greve foi mantido no Terminal da Transpetro, seguindo a mobilização nacional.
São Luís (MA): Trabalhadores realizaram um importante ato de concentração na entrada do Terminal da Transpetro, demonstrando unidade regional.
SINDIPETRO ALAGOAS/SERGIPE (AL/SE)
A tenda da resistência
Em Aracaju (SE), a estratégia da empresa de esvaziar os prédios impondo o teletrabalho não arrefeceu o ânimo do sindicato. A diretoria mantém, de forma permanente, a barraca de vigília montada em frente ao Ediser.
A presença do sindicato na porta da unidade serve como ponto de referência e resistência, dialogando e mobilizando cada trabalhador que comparece ao local, furando o isolamento tentado pela gestão através do home office forçado. A ordem é manter a pressão visível e constante.
