A Petrobrás fechou o ano de 2010 com o maior lucro de toda a sua história. Ou melhor, o maior lucro já registrado por uma empresa brasileira. No total, foram arrecadados R$ 35,2 bilhões, valor 17% superior ao conquistado em 2009. Na esteira desse novo recorde, outras duas notícias confirmaram a posição da Petrobrás de maior companhia do País e uma das maiores do Mundo: foi eleita a 2ª empresa mais lucrativa das Américas em 2010, pela consultoria Economática, e a 8ª maior companhia de capital aberto do Mundo, pela Revista Forbes.
Se dentro da alta cúpula do Governo e da empresa há razões de sobra para comemorações, o mesmo não é possível dizer em relação aos responsáveis por tudo isso. Os novos recordes apenas elevam o já imenso abismo entre a riqueza produzida pelos trabalhadores e aquilo que recebem em troca em forma de salário e remunerações variáveis. A categoria petroleira, que não pertence ao pequeno grupo de privilegiados (acionistas e diretores), continua recebendo as migalhas da enorme riqueza produzida anualmente com o seu suor e dedicação.
Petrobrás tenta adiar discussões
Ao contrário do ano passado, quando interessava à empresa acelerar as negociações de PLR e ACT para se dedicar à campanha de Dilma nas eleições presidenciais, neste ano a Petrobrás tenta impor um ritmo letárgico às discussões que envolvem os direitos dos trabalhadores.
Com o objetivo de iniciar as discussões de PLR, a FNP enviou em fevereiro um ofício, solicitando uma reunião para tratar de pontos específicos da PLR. A empresa não se manifestou e nem apresentou qualquer tipo de resposta, demonstrando completa indiferença à disposição da Federação de debater um assunto de extrema relevância à categoria petroleira.
Diante da recusa da companhia em iniciar um canal de diálogo com os trabalhadores, a FNP enviou um novo ofício com o mesmo objetivo: discutir questões importantes da PLR como forma de distribuição e o montante já antecipado aos acionistas. Entretanto, a postura de indiferença foi repetida e até o momento a empresa não apresentou qualquer documento em resposta aos dois ofícios enviados pela FNP.
É inadmissível que uma empresa que se orgulha de ser referência em responsabilidade social continue congelando o salário da ativa, com remunerações variáveis, e desvalorize o salário dos aposentados, impondo reajustes restritos a índices de inflação como o IPCA. Temos que lutar contra essa política discriminatória.