Helicóptero faz pouso brusco na plataforma SS-86, na Bacia de Santos, e quase causa acidente grave

Perigo no transporte aéreo

Um “pouso brusco”, envolvendo um helicóptero que transporta trabalhadores para plataforma no Campo de Búzios, na Bacia de Santos, quase terminou em um grave acidente na plataforma de perfuração SS-86, há cerca de 200 quilômetros da costa do Rio de Janeiro.

O acidente aconteceu por volta das 16h40 do último sábado (15). A aeronave, prefixo PR-CHR, operada pela empresa BHS, transportava 18 passageiros e três tripulantes. Embora esteja na Bacia de Santos, a plataforma SS-86 opera por meio de um contrato da Bacia de Campos.

De acordo com a Transpetro, por motivo de segurança, as operações da plataforma foram interrompidas. Felizmente não houve feridos. Os motivos do acidente estão sendo apurados.

Problemas recorrentes
Os problemas com as empresas de transporte aéreo que prestam serviços à Petrobrás acontecem há muito tempo e se agravaram nos últimos três anos, com o plano de desinvestimento da companhia.

No dia 13 de dezembro do ano passado divulgamos em nosso site matéria (veja aqui) denunciando os transtornos enfrentados pelos petroleiros de Mexilhão e Merluza, que utilizam o transporte aéreo fornecido pela Petrobrás. Com sucessivos erros e falhas nas aeronaves, o medo de um acidente iminente era – e segue sendo - grande.

Só na primeira semana de dezembro, em ao menos três oportunidades a aeronave da Aeróleo Táxi Aéreo (empresa que substituiu recentemente a antiga prestadora deste serviço) apresentou problemas, gerando desde atrasos, cancelamento e transferências de voos por indisponibilidade de helicóptero. O problema das aeronaves afretadas se estende também para as bases do norte do país, causando preocupação aos trabalhadores que atravessam a selva amazônica em aparelhos que sempre apresentam defeito.

No mesmo mês, no dia 22, no prédio do Valongo, em Santos, dirigentes do Sindipetro-LP se reuniram com os representantes da empresa para tratar do assunto. Um prazo de três meses foi solicitado pelos gestores para que a empresa e sindicato avaliassem a correção dos problemas apontados. Infelizmente, passado o prazo estipulado, a empresa está longe de resolver o problema, como ficou claro no acidente do último sábado.

A Petrobrás e as empresas que transportam os trabalhadores alegam que muitos dos transtornos enfrentados pelos trabalhadores são frutos de uma política de segurança que ultrapassa o exigido pelas normas da indústria. Ou seja, em vez de se desculpar e garantir a imediata correção dos problemas, preferem transformar tais erros em virtudes, em excesso de segurança.

O tema transporte aéreo é sempre abordado na mesa de acompanhamento de acordo coletivo e uma das principais cobranças dos representantes da categoria.

A apreensão entre os petroleiros, que já vivem sob forte tensão ao trabalhar em alto mar, em regime de confinamento ou afastados dos grandes centros, está no limite. Esperamos que o acidente envolvendo o helicóptero na plataforma SS-86, na Bacia de Santos, sirva como alerta para que a empresa tome medidas que garantam a segurança no transporte desses trabalhadores.

Solicitamos que os trabalhadores sigam comunicando o Sindicato sobre toda e qualquer anormalidade e insegurança nos voos realizados.