FNP indica rejeição da proposta da direção da Petrobrás

Sim, nós podemos!

Segundo os dirigentes da Federação Nacional, a proposta apresentada pelo RH não contempla as reivindicações dos trabalhadores
 

Nesta sexta-feira (22), a direção da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) voltou a se reunir na sede do Sindipetro-RJ para apontar os próximos passos da campanha reivindicatória do Acordo Coletivo de Trabalho 2017 (ACT).

Segundo os dirigentes da Federação Nacional, a proposta apresentada pelo RH não contempla as reivindicações dos trabalhadores. Pelo contrário, demonstra a tentativa de Pedro Parente retirar direitos para enxugar a empresa e, consequentemente, entregar a Petrobrás para o capital internacional.

Um dos pontos mais crítico da reunião de hoje com o RH, para Lourival Junior, diretor da FNP/Sindipetro-PA/AM/MA/AP, foi a tentativa da direção da empresa em postergar as discussões da negociação até a data limite que ela estabeleceu, 10 novembro. “Isso é muito ruim, porque esperávamos avançar nos pontos apresentados na planilha, pela direção da FNP. No entanto, o RH simplesmente deixou de lado a Pauta de Lutas da FNP e não aprofundou as discussões como deveria”, avalia.

FNP fez uma análise sobre as perdas de direitos que a direção da empresa quer empurrar goela abaixo dos trabalhadores, a partir de minuta entregue pelo RH, e destacou em amarelo os retrocessos. Direção da Petrobrás alega ter apenas otimizado a redação do ACT. MENTIRA!

VEJA PLANILHA AQUI!

Na proposta, por exemplo, a direção da Petrobrás propõe reajuste salarial de 1,73%; cortar pela metade a remuneração de horas extras, que atualmente é um adicional de 100%; propõe fim do Adicional do Estado do Amazonas; 0% de reajuste para os Benefícios Educacionais; propõe a migração obrigatória para o Vale Refeição/Vale Alimentação; reajuste de 34% para a tabela de Grande Risco da AMS; fim da Gratificação de Campo Terrestre; fim do Benefício Farmácia; fim do Programa Jovem Universitário; redução da gratificação de férias; fim da promoção por antiguidade de Pleno para Sênior nos cargos de nível médio, além de outros ajustes.

Além disso, com o lema de reduzir custos e despesas, o RH também apresenta a possibilidade de os empregados que atuam no regime administrativo flexível ou fixo optarem pela redução de cinco para quatro dias trabalhados por semana, com diminuição proporcional de remuneração. Manobras claras para retirar direitos e enxugar a empresa para privatizar.

Nesse sentido é bom lembrar que todos os países que privatizaram as suas riquezas ficaram mais dependentes da exploração e exportação de produtos primários, além de enfrentarem um processo de desindustrialização e precarização do emprego. Não podemos permitir que esta história se repita no Brasil!

Diante disso, Agnelson Camilo, diretor da FNP/SindipetroPA/AM/MA/AP, acredita que “os sindicatos precisam levar a proposta para as assembleias e indicar rejeição, além de exigir que a direção da empresa apresente uma nova proposta, sem nenhuma retirada de direitos, dando um prazo para que o RH se posicione. Caso o RH não responda, GREVE IMEDIATAMENTE”, afirma.

Agora, os sindicatos filiados à FNP vão realizar assembleias, entre  27 de setembro e  6 de outubro, e indicarão a rejeição da proposta de ACT apresentada pela direção da empresa.

A FNP não irá permitir NENHUM DIREITO A MENOS e brigará por um ACT digno para a categoria. Por isso é tão importante que todos os trabalhadores atendam aos chamados de LUTA, pois quando se junta milhares de pessoas para defender um patrimônio único, se tem mais poder e força. Dia 3 de outubro é aniversário da Petrobrás e dia de muita LUTA. PARALISAÇÃO JÁ EM DEFESA DAS ESTATAIS!

Equacionamento Petros
Durante a mesa de negociação desta sexta, a FNP cobrou um posicionamento do RH sobre o equacionamento Petros, considerado abusivo pela Federação. Nesse contexto, Fernando Siqueira já tinha alertado que o equacionamento está sendo proposto sem a apuração do passivo atuarial real, sem uma validação dos dados levantados pela atuária Mirador. Segundo ele, há uma série de indícios de que há falhas no levantamento da reserva matemática – passivo. Portanto, o valor do déficit a equacionar é duvidoso. Além disso, ressalta que a direção da Petrobrás tem uma série de dívidas com a Petros, que não foram cobradas até hoje.

 

Caso Elek
A FNP, durante o preâmbulo nesta sexta-feira (22), critica recurso concedido a João Elek que, na última segunda (18), conseguiu revogar advertência aplicada a ele.

 

Elek que era diretor de Governança & Conformidade da Petrobrás e foi afastado da função por causa da contratação sem licitação da Deloitte, empresa na qual sua filha participava de um processo de seleção, tendo sido contratada posteriormente. “Como a Petrobrás pode demitir quatro trabalhadores e perdoar um gestor que homologou um contrato em situação de conflito de interesse?”, questionou Junior.

Elek estava afastado temporariamente do cargo desde o fim do mês passado por determinação do Conselho de Administração da Petrobrás, que optou por aguardar o julgamento do recurso pela CEP. O retorno do executivo ao quadro diretor da empresa será avaliado pelo CA, depois que o colegiado tiver acesso ao teor da decisão. Por enquanto, não há data acertada para isso.

 

Em breve, assista ao vídeo em que dirigentes da FNP falam sobre os próximos passos e a retirada de direitos.