Após tentativas frustradas de negociação, motoristas da JPTE estão a um passo de entrar em greve no Tebar

NA ALEMOA GREVE JÁ ACONTECE

Os motoristas que prestam serviços para a JPTE, empresa que tem contratos que englobam as atividades de motorista e técnico de manutenção no terminal Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião, protocolaram junto ao Ministério do Trabalho aviso de greve devido aos atrasos de salários, vale alimentação, vale combustível e convênio médico e odontológico da categoria.

O documento foi protocolado no dia 8 de janeiro, com prazo de 72 horas para que a empresa resolvesse os problemas dos atrasos. O prazo se encerrou na sexta-feira (11).

Nesta segunda-feira (14), no entanto, com a iminência do início da paralisação do serviço de transporte, a fiscalização do contrato, que se mantém a parte da negociação, tratando o assunto como problema da contratada, passou a atuar de maneira a resolver apenas os problemas dos usuários do transporte, contratando até táxis para manter as atividades em funcionamento.

Já o pagamento dos salários e benefícios atrasados, bem como o alinhamento das condições de trabalho dos motoristas, que incluem recarga de celulares e as tarjetas do “sem parar”, continuam sem solução.

No terminal Transpetro da Alemoa, em Santos, os motoristas da JPTE estão paralisados pelo mesmo problema. Da mesma forma que está atuando no Tebar, a Transpetro está mantendo o serviço contratanto táxis para fazer o transporte dos trabalhadores. 

Os problemas com a JPTE são antigos. Com contrados em outras unidades do Sistema Petrobrás, a empresa atrasou também os pagamentos de salários, vale transporte e vale alimentação dos terceirizados da área de secretariado e gestão no edifício Administrativo da Petrobrás (EDISA), no Valongo, em Santos, no final de 2018

Os problemas recorrentes causados pela má gestão dos contratos assinados com a JPTE têm custado caro à Petrobrás, que tem que arcar com medidas paliativas para manter os serviços em funcionamento.

Ainda pior é para os trabalhadores, que além de serem contratados com salários rebaixados, permitidos graças à reforma trabalhista e da lei da terceirização, que diminuíram direitos e afrouxaram as regras de responsabilidade da contratante, sofrem com acúmulo de contas atrasadas e muitas vezes precisam se endividar com empréstimos e cartão de crédito para honrarem com seus compromissos financeiros.

Com a terceirização sem o devido controle perdem todos, a Petrobrás que não recebe os serviços que contratou e principalmente os trabalhadores que seguem trabalhando praticamente de graça nos finais de contratos, como tem se repetido por anos.

O Sindipetro-LP tem questionado nas mesas de acompanhamento do ACT, com o corporativo da Petrobrás, no Rio de Janeiro, a política de contratação da companhia, que em seus contratos não prevê nenhuma proteção aos trabalhadores contratados, principais prejudicados desses contratos mal feitos.

O sindicato dos petroleiros está acompanhando as negociações com a empresa e se coloca solidário à luta dos trabalhadores.