Petroleiros da UTGCA e REVAP protestam contra perseguição a diretor do Sindipetro-LP

Caça às bruxas na Petrobrás

Petroleiros de Caraguatatuba (UTGCA) e São José dos Campos (Revap) protestaram na manhã desta segunda-feira (29) contra a política de caça às bruxas empreendida pelo governo Bolsonaro aos ativistas e dirigentes sindicais da categoria. A mobilização, que atrasou o início do expediente nas duas unidades, foi uma resposta à punição da gerência da Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato ao técnico de operação e dirigente do Sindipetro-LP, Tiago Nicolini.


>> Mobilização realizada na portaria da UTGCA, em Caraguatatuba

Sob a alegação de "insubordinação", a gerência da unidade aplicou quatro dias de suspensão. Genericamente, Nicolini, que também é parte da direção da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), foi acusado de "permanecer indevidamente" nas instalações da unidade sem esclarecer a situação ou apontar outra justificativa plausível. Salta aos olhos o fato de que nem mesmo data, horário e local da suposta conduta infratora foram informadas.

Questionada, a alta direção da companhia nada fez. Isso demonstra que não se trata de um caso isolado, mas sim de uma política consciente do novo comando da companhia. Alinhado ao privatista e autoritário governo Bolsonaro, o presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, tenta instaurar a política da caça às bruxas e do medo para impor a destruição dos direitos da categoria e do patrimônio da empresa.


>> Atraso realizado por petroleiros da REVAP, em São José dos Campos

Por isso mesmo, durante as mobilizações na UTGCA e REVAP os dirigentes do Sindipetro-LP e Sindipetro-SJC também pautaram a venda do parque de refino e demais subsidiárias, assim como os últimos detalhes da campanha reivindicatória de acordo coletivo de trabalho. Com a última proposta rejeitada em massa, e a categoria disposta a lutar por direitos e soberania nacional, tais fato demonstram que ela não abrirá mão da perseguição e do autoritarismo para impor o projeto privatista de Paulo Guedes.

Não podemos permitir que esse tipo de conduta vire rotina. O atraso realizado na REVAP em solidariedade e a presença de dirigentes sindicais do Sindipetro-SJC, Sindmetal-SJC e de outras categorias do litoral norte na mobilização da UTGCA mostram o caminho: só com unidade, solidariedade e luta podemos resistir. Mais do que nunca, a palavra de ordem “Mexeu com meu companheiro, mexeu comigo” deve ser reerguida pela categoria petroleira.