RPBC tem greve e corte de rendição em apoio aos operários da Allcontrol

Solidariedade


Em solidariedade aos trabalhadores da Allcontrol que pediram demissão ontem (27), petroleiros terceirizados e diretos da Refinaria de Cubatão amanheceram de braços cruzados nesta terça-feira (28). Após assembleia com a Comissão de Desempregados de Cubatão, no Portão 10, a força de trabalho terceirizada decidiu realizar um dia de greve. No portão 1, trabalhadores de outras empresas terceirizadas, e parte do efetivo direto da manutenção e laboratório, tomaram a mesma decisão. Os petroleiros diretos do grupo de turno também não entraram, cortando a rendição.

O pedido de demissão em massa na Allcontrol ocorreu em função do rebaixamento salarial e retirada de direitos impostos pela empresa desde que assumiu o contrato, em outubro do ano passado (entenda o caso). Os funcionários que tomaram essa iniciativa dramática e corajosa estiverem na mobilização dessa terça, recebendo o apoio dos demais trabalhadores e dirigentes sindicais.

Durante o protesto, nas intervenções e entrevistas à imprensa presente, dirigentes do Sindipetro-LP e Sindicato da Construção Civil denunciaram os abusos cometidos pela Allcontrol, mas também responsabilizaram a Petrobrás pelo que vem ocorrendo com a força de trabalho terceirizada. “Desde que Roberto Castello Branco assumiu a presidência da empresa, sob indicação de Jair Bolsonaro, há um esvaziamento de todos os canais de diálogo sobre os terceirizados. Além disso, cláusulas que constavam em nosso Acordo Coletivo de Trabalho e tratavam da terceirização foram excluídas. Portanto, a empresa não pode fingir que não tem culpa nessa história”, afirma Fábio Mello, diretor do Sindipetro-LP.

Os sindicatos de Petroleiros, Metalúrgicos e Construção Civil, que representam a força de trabalho da refinaria, cobram da gerência da unidade uma reunião urgente para discutir a situação da Allcontrol. Enquanto a companhia persistir na política de redução de custos, contratando empresas aventureiras sem nenhuma estrutura financeira, os trabalhadores continuarão sendo as principais vítimas.

Por isso, além do respeito à Tabela Salarial Unificada, que estipula o piso dos salários e Vale Alimentação dos terceirizados, diante das arbitrariedades cometidas os dirigentes também cobram a saída da Allcontrol da Petrobrás. No próximo dia 6 de fevereiro, na sede do Sintracomos, em Cubatão, os terceirizados realizam Assembleia Geral para discutir esses temas e apontar os próximos passos da luta por direitos e dignidade.