Edisa tem apenas três funcionários próprios da segurança para cobrir toda unidade

Após empresa abandonar contrato

A Mérito, empresa de vigilância que atende três unidades das bases do Litoral Paulista (Pilões, Alemoa e Edisa) abandonou seus contratos há 10 dias, deixando um rastro de problemas, que vão desde trabalhadores terceirizados sem pagamento de salários, Vale Alimentação/Refeição e horas extras, até redução drástica do efetivo, que, no caso do Edisa, no Valongo, em Santos, passou de 13 trabalhadores contratados, a três seguranças próprios por turno. São apenas três trabalhadores próprios que se sacrificam para cobrir um prédio com 14 andares e mais de 15 mil metros quadrados de área.

No caso dos terminais da Transpetro, após três dias do “sumiço” da Mérito, a empresa assinou um contrato de emergência para tocar a vigilância. Já no Edisa, o Setor de Suprimentos de Bens e Serviços (SBS), responsável por aprovar licitações de empresas contratadas, nada fez. Já se passaram 10 dias até a publicação desta matéria e não há sequer sinal de que outra empresa assumirá o contrato.

Para cobrir a área do Edisa são necessários em média 17 vigilantes, mas nos últimos tempos 14 operavam a unidade, dois quais 10 eram vigilantes, um inspetor de vigilância, uma recepcionista, uma pessoa no credenciamento e um vigilante para cobrir os postos durante os horários das refeições.

Sem o contrato, em cada turno, três inspetores de segurança próprios da Petrobrás se dividem nas atividades, sem horário de refeição, trabalhando 12 horas por dia, seis vezes por semana, folgando apenas três. Os três trabalhadores dividem as tarefas, ficando um no controle de veículos do lado de fora do prédio, outro fazendo o controle de pessoas na portaria principal, fazendo aferição de temperatura, conferindo nome na lista toda atividade de controle de acesso etc, e outro fica na central de monitoramento (CISP), que direciona o pessoal quando tem alguma ocorrência.

Não é erro, é plano para gerar lucro
Este é o terceiro “erro” de contração de empresas da área de segurança que a SBS provoca ao assinar contratos com valores rebaixados e que acabam causando prejuízos para a Petrobrás, problemas para os terceirizados, que ficam sem receber salários, e sobrecarga aos trabalhadores próprios, que precisam cobrir como podem os serviços suspensos com a quebra de contrato.

Anteriormente, a JPTE, que prestava serviço de secretariado e gestão no Edisa, também atrasou salários e benefícios a seus trabalhadores. Também tivemos problemas com a empresa Alternativa, que prestava o mesmo tipo de serviço.

Agora com a Mérito, o problema se repete, mais uma vez pela ganância dos gestores da companhia e submissão do setor de SBS, que aceita contratar empresas que apresentem valores discrepantes com a realidade do mercado e pouco se importando se entregarão de fato o serviço que se propõe a realizar. Tudo para gerar economia para a empresa ter mais lucro, para dividir com os acionistas e alta cúpula da Petrobrás.

Enquanto os gestores da empresa não forem responsabilizados, problemas como esse continuarão causado passivos para a Petrobrás e prejuízos aos trabalhadores, o lado mais fraco da corda, até que algo mais grave aconteça.