Diretoria do Sindicato se reúne com RH da UO-BS e cobra problemas com alimentação na plataforma P-71

Cultura de insumos no limite

O Sindipetro-LP participou na última terça-feira (13) de reunião com a gerência de RH da UO-BS para tratar de diversos assuntos relacionados aos trabalhadores das plataformas e do Edisa Valongo.

A diretoria do Sindipetro-LP pontuou problemas recorrentes nas plataformas, mas que já se apresentam até mesmo na P-71, embarcação que em meados de outubro deste ano foi enviada ao campo de Itapu, no pré-sal da Bacia de Santos e que ainda não começou a operar.

A gestão das plataformas tem mantido uma prática perigosa no fornecimento de alimentação aos embarcados, mandando quantidades suficientes para um período, no limite para faltar em uma eventualidade, contando com o abastecimento periódico, que muitas vezes não ocorre devido às más condições do tempo ou problemas nas embarcações aéreas e marítimas. Graças a essa prática, têm faltado alimentos básicos para alimentação dos trabalhadores, o que tem gerado racionamento nas porções diárias das refeições.

Na P-71, por exemplo, chegaram a racionar até mesmo o básico, que é o feijão, a ponto de triturarem ao máximo, tornando o caldo quase como uma sopa para poder servir a todos. Com esse racionamento, trabalhadores com restrições alimentares, por problemas de saúde ou por opção, como no caso de vegetarianos e veganos, estão sem se alimentarem adequadamente. Recentemente dois barcos com esses insumos foram cancelados por erro da Petrobrás, sendo que a previsão de entrega do rancho será somente na sexta-feira.

Além da falta de alimentos, houve a necessidade da empresa desembarcar o único cozinheiro a bordo da plataforma, por estar com suspeita de covid, deixando a embarcação sem um responsável pelas refeições, descumprindo a NR 37 nos seus itens 37.13.1, 37.13.1.1 itens a, b, c e d, que versa sobre a obrigatoriedade da empresa fornecer transporte aéreo aos trabalhadores e abastecimento de alimentos aos embarcados.

Durante a Operação Ouro Negro (veja aqui), o sindicato e representantes do MPT e MPTS já haviam confirmado todos os problemas aqui relatados, dentre outros, e exigido solução por parte da empresa, que até o momento não se enquadrou as normas que vem negligenciando.

Além do problema da alimentação, que ocupou boa parte da reunião com a empresa, o sindicato cobrou solução para outra prática adotada pela empresa, de manter apenas um técnico de enfermagem a bordo, que atende durante o dia, mas que por falta de outro profissional para substituí-lo durante seu descanso, constantemente é chamado durante a noite ou madrugada, para atender trabalhador com algum problema de saúde.  O sindicato tem cobrado há anos a necessidade de no mínimo dois técnicos de enfermagem nas embarcações, pois os problemas de saúde não respeitam horário comercial, muito menos em uma plataforma, onde o trabalho acontece durante 24 horas, ininterruptamente.

O sindicato também questionou sobre quais são as medidas de prevenção adotadas no edifício Valongo para a nova onda de casos de covid-19 no país.

O sindicato está acompanhando os desdobramentos da reunião e irá cobrar soluções juntamente com a FNP e seus sindicatos, que encontram os mesmos problemas em suas bases.