Furto de lanchas e assalto a trabalhadores revelam a fragilidade da segurança nas unidades da Baixada Santista

Insegurança em Alemoa e Pilões:

Mais um assalto em Pilões. Dessa vez, bandidos renderam funcionários de uma empresa terceirizada, que cortavam a vegetação para evitar justamente os furtos naquele local e roubaram a camionete da empresa contratada.  O assalto aconteceu na estrada de acesso ao terminal de Pilões, no mesmo local onde, em março, um petroleiro foi alvo de tiros, que acertaram seu carro durante uma tentativa de assalto.

No terminal de Alemoa, na sexta-feira, 17, bandidos levaram duas lanchas de apoio a emergência, no estuário de Santos. Usando uma terceira embarcação, os criminosos aproveitaram a baixa visibilidade causada pela neblina e as levaram. A sorte, falta de segurança e o baixo efetivo, favoreceram os ladrões, que não tiveram quem os impedisse. Diante de tanta ousadia, não é difícil supor que os bandidos estivessem fortemente armados, o que seria trágico para os vigilantes. Felizmente não houve confronto. Ninguém ficou ferido.

Histórico de medo
Pilões e Alemoa tornaram-se parada certa para uma “fita errada”. Será que os bandidos estão mais ousados, ou a segurança na Petrobrás, que mesmo após várias denúncias e crimes, mantém número reduzido de agentes nas unidades?

Há menos de um mês, no mesmo local do roubo em Pilões, dois assaltos seguidos foram denunciados pelo Sindipetro-LP. No primeiro, dois vigilantes patrulhavam a área, quando pararam para tirar um galho caído no chão e foram surpreendido por dois homens armados, que atirando gritavam “perdeu, perdeu”. Houve troca de tiros e os bandidos fugiram pelo mato.

Poucas horas depois, no mesmo dia, funcionários da WN, sob ameaça de morte, tiveram que entregar para bandidos, as máquinas que usavam para cortar o mato do local.

A certeza da impunidade e da falta de segurança permite que os assaltantes escolham suas vítimas.  Em julho de 2015, bandidos renderam um motorista em Pilões, o prenderam no banco de trás do veículo, mas durante o percurso avistaram um carro melhor e trocaram de vítima, que sofreu sequestro relâmpago.

A insegurança nas unidades da Baixada Santista são tema constate em reuniões entre o Sindicato e empresa. Diante dos casos ocorridos nesse ano, o Sindipetro-LP cobrou da Petrobrás mais segurança e aumento de efetivo de vigias no local. O Sindicato enviou também ofício para a Prefeitura de Cubatão, solicitando a manutenção da via, que devido aos buracos, obriga que os motoristas andem em velocidade reduzida, tornando-os alvos fáceis. 

Os bandidos sabem que a Petrobrás mantém suas unidades desprotegidas e estão cada vez mais seguros em suas abordagens e sabem onde agir.

Além do efetivo de segurança reduzido na unidade, falta manutenção nos arredores, pouca ou nenhuma iluminação e ruas esburacadas.

Qual o custo de um sistema de câmeras que abranja toda área das unidades do Sistema Petrobrás? Será que com o preço que irão gastar comprando novas lanchas não resolveriam parte do problema? Economia burra, que arrisca a vida de mães e pais de família.

Falta boa vontade, compromisso e responsabilidade com o trabalhador por parte das gerências e diretoria, que sempre esperam pelo pior antes de tomar atitude. Mas nem quando o pior acontece a empresa se esforça para minimizar os traumas.

Não vamos desistir da segurança do trabalhador. Enquanto houver problemas denunciaremos.