Petroleiros irão engrossar mobilização de 12 de julho em defesa do refino e da previdência

Dia Nacional de Luta

Os petroleiros se somarão ao Dia Nacional de Luta Contra a Reforma da Previdência, no próximo dia 12 de julho, paralisando diversas unidades da Petrobrás espalhadas pelo país. Sob duro ataque do governo Bolsonaro, que anunciou recentemente a venda de oito refinarias da estatal, os petroleiros têm comparecido a todos os protestos e mobilizações sociais. Além de fortalecer a luta em defesa das aposentadorias e da educação pública, a intenção é também pautar a defesa da soberania nacional.

De acordo com as centrais, que convocaram o dia 12 de forma unitária, a principal atividade será o ato nacional em Brasília. Reeditando o que se viu nos atos em defesa da educação, nos dias 15 e 30 de maio, e na greve geral, no dia 14 de junho, o protesto terá em peso a presença de estudantes e trabalhadores da educação. Também estão sendo indicadas mobilizações nos estados e cidades, com a coleta do abaixo-assinado contra a reforma. Como demonstrou Sérgio Pardal Freudenthal, em artigo recente no Jornal A Tribuna, a mobilização se faz necessária porque ainda restam muitas maldades, mesmo após o novo texto apresentado pelo relator da reforma no Congresso Nacional, o deputado federal tucano Samuel Moreira.

Em plena campanha reivindicatória, cujo eixo é a palavra de ordem “Nenhum direito a menos”, os petroleiros vivem um dos momentos históricos mais delicados e importantes de sua história. Para tornar a companhia mais atrativa ao mercado e assim facilitar a venda de ativos estratégicos, como refinarias, gasodutos e outras subsidiárias, além do próprio pré-sal por meio dos leilões do petróleo, a direção da empresa vem tentando destruir direitos e avanços históricos da categoria. O objetivo está traçado: privatizar aos pedaços a maior empresa do país.

Um defensor confesso da privatização completa da Petrobrás, o presidente da empresa, Roberto Castello Branco, propôs aos trabalhadores reajuste zero nos salários, extinção e cortes de diversos benefícios, e exclusão de 25 cláusulas que hoje constam no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Nas décadas de 1960 e 1970, o desafio foi manter o movimento sindical petroleiro de pé mesmo em plena ditadura; na década de 1990 e início dos anos 2000 o desafio foi impedir a privatização da Petrobrás; hoje, se impõe a necessidade de enfrentar um governo que se inspira no autoritarismo dos anos de chumbo e se propõe a aplicar um programa ainda mais neoliberal que o de FHC.

E a história vem demonstrando que é possível resistir aos ataques que, desde a fundação da Petrobrás, os entreguistas vem desferindo contra um dos maiores patrimônios do país. O resgate da indústria nacional, com a geração de emprego e renda aos trabalhadores, e geração de recursos para o Estado investir em educação e saúde, passa em boa medida pela preservação da Petrobrás e do pré-sal nas mãos dos brasileiros.

Por isso, a tarefa dos petroleiros tem sido construir a unidade nacional da categoria, mas também se incorporar a todas as lutas nacionais dos trabalhadores, dos explorados e oprimidos. Se há um caminho que o recente e vitorioso ciclo de lutas apontou é o da unidade. No dia 12 de julho, os petroleiros irão defender as refinarias e o direito à aposentadoria.