Petroleiros do LP adiam votação da condicionante para implementar novo PED: nova assembleia será chamada

Dois dias de debates sobre Petros

Na quarta-feira (13), os petroleiros do litoral paulista se reuniram na sede e subsede do Sindipetro-LP para votar em assembleia a condicionante que estabelece que as entidades de petroleiros se comprometem a não moverem ação como substituto processual, ou seja ação coletiva ou ação plúrimas, contra a nova proposta do Plano de Equacionamento da Petros (PED).

Para que a condicionante seja votada, as entidades estão formulando uma minuta, na qual se estabelecem alguns termos para que todas as mudanças ou dúvidas sobre a nova proposta, que impactam a vida do contribuinte, sejam apreciadas pela categoria e decididas antes que o novo plano seja implantado. Porém, como a minuta não foi finalizada pelas entidades, a decisão em assembleia foi suspensa, até que o documento seja concluído.

Diante do impasse, as entidades, que compõe o Fórum em Defesa da Petros, devem se reunir na próxima semana para fechar os termos da minuta e só então chamarem novas assembleias. De acordo com Bruno Dias, o resultado das assembleias pela aprovação ou rejeição da condicionante deve ser apresentado até o dia 27 de novembro, para que haja tempo dos órgãos responsáveis se pronunciarem e acertarem os detalhes da proposta. Segundo Dias, os termos do novo plano de equacionamento devem ser finalizados até o dia 31 de dezembro, sob o risco de ter que se manter o atual Plano de Equacionamento e com isso inviabilizar toda a negociação até aqui.

Presidente da Petros tirou dúvidas e levou cobranças da categoria
Com a presença do novo presidente da Petros e do Gerente Executivo Atuarial e de Desenvolvimento de Planos da Petros, Dilcrecio Akira Miki, na assembleia, os petroleiros aproveitaram o momento para tirar dúvidas sobre o novo plano de equacionamento e cobrar ações para que tanto um novo déficit técnico não mais aconteça, como para que a Petrobrás pague suas dívidas com a Petros.

Os petroleiros querem que a Petros investigue e aponte os responsáveis pelos investimentos que foram feitos pelo fundo de pensões da categoria e que causaram três anos seguidos de déficits, que culminaram com a taxa extra de equacionamento.

Outra cobrança da categoria, identificada em várias falas ao longo da noite, pede que a Petros coloque dentre seus diretores pessoas do próprio corpo técnico da Petrobrás, escolhidas pelos trabalhadores. Com isso, os petroleiros acreditam que haverá mais transparência e equilíbrio nas decisões da diretoria, que costuma seguir somente indicadores econômicos, em detrimento do caráter solidário e do papel social que a Petros tem. Para Dias, que assumiu a menos de dois meses a entidade, tal mudança só poderá ser conseguida com a mudança do estatuto da Petros, que estabelece a paridade entre indicados da patrocinadora (Petrobrás) e Petros somente para a função de conselheiros. Para isso, Bruno sugere mobilização dos petroleiros e pressão sobre os conselheiros para que se adote a composição paritária da mesa diretora com metade eleita por voto dos trabalhadores.

Durante dois dias a categoria do Litoral Paulista se debruçou sobre a nova proposta de equacionamento da Petros, o que foi importante para tirar dúvidas e colocar luz sobre pontos que não ficaram muito claros nos documentos apresentados.

Os debates que se seguiram foram ricos de informações e embasados por trabalhadores que conhecem a história da Petros e seus direitos. A formação de 42 pessoas no curso de previdência complementar, realizado neste anos pelo Sindipetro-LP, em parceria com o Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (IBEPS), , também se mostrou muito eficiente e útil para defesa dos direitos da categoria.

O resultado de tamanho empenho da categoria do LP servirá de norte para as próximas decisões e alerta para os diretores e executivos da Petros de que estão tratando com pessoas esclarecidas e que, mais do que garantir uma aposentadoria confortável, os petroleiros são guardiões da história e do legado da Petrobrás ao povo brasileiro.