Caos aéreo na Petrobrás expõe desmonte logístico e revolta entre trabalhadores offshore

ponto crítico

O caos aéreo que atinge o transporte dos petroleiros e petroleiras das plataformas da Petrobrás chegou a um ponto crítico, gerando insatisfação em massa entre os trabalhadores offshore. O Sindipetro-LP cobra respostas imediatas diante deste verdadeiro desmonte logístico, que tem colocado em risco não apenas a segurança das operações, mas também a integridade física e mental dos trabalhadores.

No aeroporto de Jacarepaguá, os atrasos têm ocorrido mesmo com tempo bom e sem qualquer justificativa técnica, revelando falhas operacionais e administrativas. Em um dos episódios recentes, apenas oito aeronaves estavam disponíveis para dez voos no período da manhã, o que resultou em confusão, longas esperas e indignação generalizada.

Enquanto operadores e técnicos ficam retidos nos aeroportos ou perdem voos transferidos de última hora, chefias e gestores têm se beneficiado do caos para garantir seus próprios embarques e desembarques sem prejuízos. Denúncias apontam que lideranças de setores como Geplats, Coprods e fiscais se encaixam nos voos disponíveis, deixando o restante da categoria à própria sorte. Essa conduta escancara o favorecimento interno e o total desrespeito à igualdade de condições, além de contrariar o que está previsto no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e no padrão de transporte aéreo offshore da própria Petrobrás (PE-2LEP-00120).

O resultado é um quadro de colapso logístico e insegurança operacional. Em algumas plataformas, há trabalhadores sem rendição por dois dias consecutivos, turnos estendidos sem o devido pagamento de horas extras e áreas críticas funcionando com equipes reduzidas, expondo a todos a riscos desnecessários. 

O problema central é que a Petrobrás tem adotado um modelo de gestão voltado exclusivamente para a redução de custos, sacrificando a segurança e a logística aérea dos trabalhadores offshore. A empresa vem aumentando o índice de disponibilidade exigido das aeronaves contratadas, pressionando as prestadoras de serviço a manterem helicópteros operando acima de sua capacidade real, sem considerar a necessidade de manutenção preventiva e as limitações técnicas de cada modelo. Na prática, a Petrobrás quer que as empresas de aviação sejam mais eficientes do que realmente é possível, apenas para gastar menos, o que tem gerado uma crise de disponibilidade de aeronaves e, consequentemente, atrasos, cancelamentos e desorganização nos embarques e desembarques. A situação já é grave, mas a tendência é piorar, já que a companhia pretende ampliar ainda mais esse índice de disponibilidade no próximo ano, aprofundando o caos aéreo e expondo a categoria a riscos e prejuízos ainda maiores.

A insatisfação cresce a cada semana e os trabalhadores já discutem cruzar os braços em defesa de condições mínimas de trabalho e respeito e os sindicatos seguem construindo o movimento dentro do ACT. 

Enquanto a Petrobrás fala em “apertar os cintos” e “controlar gastos”, quem paga a conta são os trabalhadores, que enfrentam cancelamentos, perda de folgas, redução de efetivo e sobrecarga. Essa escolha da gestão revela um direcionamento político: sacrificar a rotina e a segurança da categoria em nome da contenção de custos.

A pauta dos embarcados é antiga e legítima. Os trabalhadores reivindicam hotel no pré e pós-embarque, cobertura integral da logística, pagamento de horas extras de viagem e ressarcimento das passagens perdidas por culpa da empresa. São demandas que refletem o dia a dia da base e que não podem mais ser ignoradas. Enquanto a empresa fala em controle de custos, os petroleiros seguem controlando o próprio cansaço e a indignação. 

O Sindipetro-LP tem acompanhado o caso de perto e vem cobrando sistematicamente, conforme as matérias elencadas abaixo, os sucessivos ataques e descasos praticados pela gestão da Petrobrás e da UO-BS contra os trabalhadores e trabalhadoras offshore.

O Sindipetro reafirma que não há corte que justifique o desrespeito e não há ajuste que valha mais do que a vida e a dignidade de quem trabalha embarcado. A mobilização é o único caminho para transformar a indignação em conquista e forçar a Petrobrás a retomar o respeito e a organização que a categoria exige e merece.

https://www.sindipetrolp.org.br/noticias/31530/atrasos-e-caos-em-jacarepagu-petrobrs-volta-a-penalizar-trabalhadores-embarcados

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https://www.sindipetrolp.org.br/noticias/31505/caos-areo-escancara-privilgios-desrespeito-e-falta-de-gesto-nas-plataformas-da-petrobrs

https://www.sindipetrolp.org.br/noticias/31468/sindipetro-lp-orienta-desembarque-antecipado-e-descontos-no-banco-de-horas-so-assdio-moral

https://www.sindipetrolp.org.br/noticias/31458/p-69-atrasos-de-voos-e-cortes-de-embarques-expem-insegurana-e-descaso-da-petrobrs